sexta-feira, 10 de junho de 2011

Liberdade do poeta


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O poeta é humano, mas livre e sem peias

A sua liberdade voa com a volúpia dos ventos

Apenas fica aquém da vontade do Deus Criador

Por que é um ser centrado na procura de panaceias

Apesar disso pode esquecer tais momentos

E ter ele próprio o papel de homem libertador

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Sou pobre de condição que humilde poeta encarna

Não tenho desejos de riqueza, lisonja ou afins

Sinto e desfruto da felicidade do pensamento

Com ele tudo alcanço, pois dele tudo emana

Tanto posso estar ao lado dos anjos Serafins

Como sentir o demónio enquanto tormento

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A força dos poderosos deixa-me indiferente

Eles não podem vergar a minha imaginação

Não sinto ódio, só pesar pela sua desdita

Seu domínio tudo arrebata sem deixar semente

Esquecendo as enormes ondas de indignação

Dos atingidos pela sua acção maldita

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A felicidade deste mundo é ténue e passageira

Mas todos nós a buscamos desenfreadamente

Há pessoas com a ilusão de que a encontraram

Eu sinto a poesia como uma suave passadeira

Pela qual posso atravessar a margem placidamente

Ao encontro da vida que outrora me prometeram

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O poeta diz o que sente ou aquilo que pensa

Pode ser a verdade ou utilizar a imaginação

Usa a escrita como arma ou princípio de paz

A sua liberdade assumida tudo condensa

O que escreve pode não passar de ficção

A arte da escrita está no segredo daquilo que faz

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A liberdade do poeta é única e intransmissível

Só ele tem o coração pronto para a albergar

O seu dom está na transmissão dos sentimentos

Por amor e para o amor, eu sou fiel e sensível

O meu espaço de liberdade será sempre um aconchegar

Para os que anseiam pelo amor em todos os momentos