Dia mundial da poesia!
quinta-feira, 21 de março de 2013
DIA DA POESIA
Dia mundial da poesia!
quinta-feira, 22 de março de 2012
Ode à poesia
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Poesia que emanas de frases talhadas
Tal como o artista esculpe a peça
Apesar de elas definirem o pensamento
Com letras pacientemente trabalhadas
Constróis sonhos sem que nada te impeça
Envoltos em rosas que atiras ao vento
Teus versos embalam os pequeninos
Criam ânsias em ventres maternos
Tanto espalhas esperanças e alegrias
Como a nostalgia do tocar dos sinos
Em momentos que parecem eternos
Mas escondem sentimentos que esfrias
De mil cores pintas o teu manto
Para exprimir o desejo de acolhimento
Teces rimas em passadeira vermelha
Para atrair com doce encanto
Aqueles a quem serves de alimento
E do caminho fazes uma centelha
Teu nome feminino é dom divino
Tens colo de mulher bela e madura
Por isso és uma intensa tentação
Que faz do homem um ser pequenino
Dos seus amores uma armadura
Da sua vida uma melodiosa canção
Quis outrora ser poeta do amor
Mas senti que tal não era meu destino
A poesia é tão bela que não pode ser restrita
É um mundo infindo para o autor
Para quem sente um coração de menino
E quer ser instrumento de paz e não de desdita
A poesia é algo que fica para além da morte
O poeta é humano e sempre inacabado
Feliz daquele que fez da vida um verso
Que viveu em pleno o que recebeu em sorte
Que amou sentindo-se também amado
E que em Deus abraçou todos os seres do Universo
Nota: É a minha homenagem à poesia neste dia que lhe é dedicado em Portugal.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Ter asas
Experimento um esgar de dor quase indescritível
É nesses momentos que gostava de ter asas
E planar serenamente na procura de novo prado
Onde o passado fosse presente apetecível
Sem ser consumido pelo fogo dessas brasas
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Como eu te invejo pomba de penas sedosas
Que viajas de aquém para além do infinito
Vens e vais quando ninguém o pode fazer
Por favor, leva minhas lágrimas copiosas
Que brotam de verdade, não minto
E que deixo soçobrar, mesmo sem querer
*****
Choro por não saber voar para te acompanhar
Queria percorrer terras e mares desconhecidos
Conhecer lugares e pessoas de outras culturas
Encontrar novos seres com quem compartilhar
A felicidade sentida e vivida em tempos idos
E que agora sumiu quais meras agruras
*****
O presente tem passado, não sei se terá futuro
Mas eu quero vivê-lo de pés assentes na terra
Nem que para isso seja preciso sonhar
Fugir de uma realidade que não aturo
Sentir o aconchego do desejo que me aperra
Mas não impede os meus sentidos de voar
*****
Vezes sem conta me embrenho no vazio
Sinto-me oco só de pensar em atravessar a ponte
Aquela que ainda liga o ténue sentido da vida
Que ocupa meus pensamentos e eterno desafio
Mas nunca esquece o longínquo horizonte
Mesmo que não passe de vã ilusão sentida
*****
Pudera eu transformar-me em anjo
E sentir as delícias do espaço etéreo
Certamente que deixaria de sonhar e pensar
A realidade estaria consumada e seria benfazejo
Jamais ousaria rejeitar a vida em concorpóreo
Sendo esse o desejo final sem qualquer pesar
Nota: É com prazer que volto ao convívio de todos após alguns meses de interregno. Obrigado a todos os amigos/as que fizeram o favor de continuar a visitar o meu cantinho. Em breve iniciarei as visitas que serão não só de agradecimento, mas também para matar saudades desta ausência. Obrigado
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Nascer, viver, morrer
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Para traduzir com lucidez o sentido da existência
Seria correcto utilizar uma imagem coerente:
“Nascer, viver e novamente recomeçar”
Porque do acto de nascer não tenho consciência
Contudo há a essência da vida que não o desmente
Já diferente foi o caminho de um lento vivenciar
***
Da meninice recordo episódios isolados
Onde persistem sentimentos de abandono
De fuga ao quotidiano de menino pobre
Onde inocentes brincadeiras foram aliadas
A uma camaradagem franca e sem retorno
Mas cuja lembrança tem um sabor nobre
***
Nos longos anos que marcam a minha vida
Há tantas histórias, amores, mentiras e verdades
Tudo isso não passa de uma amálgama de emoções
Que foi condimentada de forma sentida
Onde a ausência do antídoto contra as maldades
Abriu caminho a muitas e servis tentações
***
A vida devia ser uma festa permanente
E não é porque nós não acreditamos
Naquilo que pretendemos e queremos
Eu deixei a vida deslizar serenamente
Percorri longas avenidas ladeadas de álamos
E contornei os caminhos agrestes e ermos
***
Os anos da juventude foram belos e fogosos
Mas quantas vezes me impediram de ver
Retiveram o meu imenso desejo de escolher
Porque não conhecia outros sois radiosos
Que certamente me teriam feito aceder
Aos altares celestes de um outro saber
***
Agora que a luz da vida está prestes a apagar
Penso tranquilamente em tudo que queria e não tive
Afinal era dispensável, porque consegui ser eu mesmo
Neste corpo efemeramente cedido que irei entregar
Só ficarei com a alma que sempre sobrevive
E que me levará ao encontro do Bem Supremo
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Liberdade do poeta
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O poeta é humano, mas livre e sem peias
A sua liberdade voa com a volúpia dos ventos
Apenas fica aquém da vontade do Deus Criador
Por que é um ser centrado na procura de panaceias
Apesar disso pode esquecer tais momentos
E ter ele próprio o papel de homem libertador
*
Sou pobre de condição que humilde poeta encarna
Não tenho desejos de riqueza, lisonja ou afins
Sinto e desfruto da felicidade do pensamento
Com ele tudo alcanço, pois dele tudo emana
Tanto posso estar ao lado dos anjos Serafins
Como sentir o demónio enquanto tormento
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A força dos poderosos deixa-me indiferente
Eles não podem vergar a minha imaginação
Não sinto ódio, só pesar pela sua desdita
Seu domínio tudo arrebata sem deixar semente
Esquecendo as enormes ondas de indignação
Dos atingidos pela sua acção maldita
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A felicidade deste mundo é ténue e passageira
Mas todos nós a buscamos desenfreadamente
Há pessoas com a ilusão de que a encontraram
Eu sinto a poesia como uma suave passadeira
Pela qual posso atravessar a margem placidamente
Ao encontro da vida que outrora me prometeram
*
O poeta diz o que sente ou aquilo que pensa
Pode ser a verdade ou utilizar a imaginação
Usa a escrita como arma ou princípio de paz
A sua liberdade assumida tudo condensa
O que escreve pode não passar de ficção
A arte da escrita está no segredo daquilo que faz
*
A liberdade do poeta é única e intransmissível
Só ele tem o coração pronto para a albergar
O seu dom está na transmissão dos sentimentos
Por amor e para o amor, eu sou fiel e sensível
O meu espaço de liberdade será sempre um aconchegar
Para os que anseiam pelo amor em todos os momentos
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Chovendo
Uma chuva miudinha escorria pela face
A camisa ensopada até ao colarinho
Enregelava meu corpo incessantemente
Sentia-me mais molhado que uma alface
Olhei para o céu e comecei a pensar
Vou andar mais depressa, vou correr
Talvez consiga chegar a um abrigo
E então poderei finalmente descansar
Aliviar um pouco este meu sofrer
Pois penso não merecer tal castigo
Na precipitação da marcha acelerada
Escorrego e caio desamparadamente
As palmas das mãos rasparam na areia
Vi que uma delas estava dilacerada
Gotas de sangue brotaram repetidamente
Tinha que procurar uma panaceia
O frio passou como por encanto
A dor era agora o esgar do meu sentir
Soergui-me imerso em mil pensamentos
Estava triste e soltei um leve pranto
Confesso a fraqueza, não sei mentir
Sou um homem de sentimentos
Retomei a caminhada, agora sem tino
Não sabia para onde ia ou o que queria
Vislumbrei um vulto ao longe e aguardei
Já não sabia o que fazer, parecia um cretino
Esperei curioso para ver quem seria
E na borda da passagem me sentei
Um homem de bastante idade e mal vestido
Fitou-me longamente com alguma compaixão
Amigo está ferido? Perguntou delicadamente
Sim, respondi meio atordoado e sem sentido
Ajudou-me a levantar e deu-me a mão
Pensei para comigo: é um anjo certamente
terça-feira, 5 de abril de 2011
Primavera sempre
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Primavera não é apenas uma estação temporal
Que sendo bela, não abarca toda a sua plenitude
Primavera é um estado de espírito empírico
Que se sente de uma forma natural
Ela é como mulher bonita adornada de virtude
Que se deixa embalar em melodioso canto lírico
*
A primavera jamais perde a sua beleza
Seja nas flores que despontam no campo
Ou no acto do nascer de uma criança
Porque quando floresce uma nova certeza
O seu destino é incerto como o tempo
Mas os raios de sol são o dealbar da esperança
*
As águas agitadas do Oceano são tépida primavera
Quando se enleiam e regurgitam suavemente
Espraiando-se num amor plácido incontido
Mas que está em qualquer lado à nossa espera
Aguardando a chegada de alguém ausente
Com febre de amor desejado e sentido
*
Primavera é o sentir da vida de um ancião
Que percorreu um caminho sem retorno
Feliz pelo que soube fazer sem lamento
E que agora exaspera com a chegada da solidão
Aspirando pelo provir de um dia morno
Para apagar o fogo de outrora a cada momento
*
Panóplia de seres marinhos é primavera
Que povoa as profundezas dos Oceanos
Que nadam perdidamente sem fim à vista
Mas renovam o círculo de vida efémera
De tantos milhões de seres humanos
Que nunca perderam o desejo de conquista
*
Primavera é sempre quando nós queremos
Porque faz parte do que é certo e imaginário
Ela é intrinsecamente inseparável da vida
Da criancice até ao termo da velhice voaremos
Em corcel percorrendo um caminho binário
Na estrada invisível de uma vida haurida