Experimento um esgar de dor quase indescritível
É nesses momentos que gostava de ter asas
E planar serenamente na procura de novo prado
Onde o passado fosse presente apetecível
Sem ser consumido pelo fogo dessas brasas
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Como eu te invejo pomba de penas sedosas
Que viajas de aquém para além do infinito
Vens e vais quando ninguém o pode fazer
Por favor, leva minhas lágrimas copiosas
Que brotam de verdade, não minto
E que deixo soçobrar, mesmo sem querer
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Choro por não saber voar para te acompanhar
Queria percorrer terras e mares desconhecidos
Conhecer lugares e pessoas de outras culturas
Encontrar novos seres com quem compartilhar
A felicidade sentida e vivida em tempos idos
E que agora sumiu quais meras agruras
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O presente tem passado, não sei se terá futuro
Mas eu quero vivê-lo de pés assentes na terra
Nem que para isso seja preciso sonhar
Fugir de uma realidade que não aturo
Sentir o aconchego do desejo que me aperra
Mas não impede os meus sentidos de voar
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Vezes sem conta me embrenho no vazio
Sinto-me oco só de pensar em atravessar a ponte
Aquela que ainda liga o ténue sentido da vida
Que ocupa meus pensamentos e eterno desafio
Mas nunca esquece o longínquo horizonte
Mesmo que não passe de vã ilusão sentida
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Pudera eu transformar-me em anjo
E sentir as delícias do espaço etéreo
Certamente que deixaria de sonhar e pensar
A realidade estaria consumada e seria benfazejo
Jamais ousaria rejeitar a vida em concorpóreo
Sendo esse o desejo final sem qualquer pesar
Nota: É com prazer que volto ao convívio de todos após alguns meses de interregno. Obrigado a todos os amigos/as que fizeram o favor de continuar a visitar o meu cantinho. Em breve iniciarei as visitas que serão não só de agradecimento, mas também para matar saudades desta ausência. Obrigado