quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Silêncios


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A minha vida é feita de silêncios
Daquilo que falo e não devo
Do que oiço e não entendo
De tudo o que não dizem os compêndios
Mas sobre os quais eu escrevo
Por vezes ostracizando quem está lendo

O silêncio em meu redor é ensurdecedor
Daqueles que choram por falta de sustento
Dos que não tem alimento do saber
Enquanto outros remoem a dor
Pela falta de um poderoso alento
Ao sentirem que nada podem fazer

Que mundo de silêncios atroz
Que sociedade azeda e amarga enfrentamos
Onde devia haver amor está o ódio
Nosso barco não passa de uma casca de noz
Num mar de ondas em que volteamos
De uma vida que parece um nó górdio

Crianças famintas brincam na rua
Sedentas e andrajosamente vestidas
Olham-nos com temor e estendem a mão
Esboçam um sorriso triste de uma face crua
Já enrugada pelas fortes investidas
De uma vida que apenas conhece o não

O não de uma carência quase total
De vidas esquecidas e amarguradas
Por aqueles que tudo tem e usufruem
Embora sabendo que o seu destino é fatal
Mas não prescindem de pequenos nadas
Para socorrer os que nada tem

Silêncio no negrume de noites malditas
Em que se tornou a vida de muitos seres
Pela falta de pão, amor, justiça, ensino e paz
Algumas das muitas e negras desditas
Que atingem milhões sem haveres
Que o Mundo não cala por não ser capaz

10 comentários:

chica disse...

Maravilhosa poesia! Nossa vida é feita também de pequenos silêncios...abraços,chica

Unknown disse...

Olá Eduardo!
Passeando pelo mundo dos blogs, chegamos até o seu. Um poeta divinamente inspirado, tudo muito lindo aqui.
Esperamos sua visita, oferecemos nosso award e premio diamante, pela beleza de tudo aqui.
Tenha uma noite de paz e um final de semana de alegrias!
Anna e Cesar
http://momentos-de-amor.zip.net/

angela disse...

Versos tão bem escritos, com um tema tão dificil.
Obrigada pelo comentário e pela visita.
Volte sempre que quiser, será um prazer.
beijo

valterpoeta.com disse...

Muito lindo seu texto Eduardo, meus parabéns!

conduarte disse...

OWMMMMMMMMMMMMMMMMM meu querido, assim como sua poesia, como bebemos falamos coisas que não devemos, as vezes para o amor, as vezes para a dor, mas foi tudo por amor, ainda bem... Ainda me recupero e já sinto saudades, a noite foi maravilhosa, e um grande sucesso, muitos vinhos bons, incluindo aí, claro, os portugueses, com certeza! heheh Um beijão, bom feriando, CON

Anónimo disse...

Gosto de ler você, seus poemas me encantam...


Beijos confessos...

Maria das Graças disse...

Um lindo poema! Que seria de nós não fossem nossos silêncios que nos faz refletir a vida?

Gostei do lindo blog.

Uma ótima semana.

Anónimo disse...

É Eduardo, esse silêncio é poderoso, penetrante e mortal. Não podemos mais calá-lo.

O mar me encanta completamente... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O mar me encanta completamente... disse...

Olha quem chegou Edu ...
Senti saudades...
Essas semanas tiveram muito mar, muita caminhada.
Muito sal e céu, não defino qual dos dois é mais intenso, mas quero continuamente estar entre eles.
Com perdas e danos...
Porem com lembranças doces e conhecimentos grandiosos.
Fiquei sozinha, por opção, quis (re) pensar momentos da vida,
Planejar outros...
Voltei...
Inaugurando-me singular, com forças de oferecer ao meu amanhã,
Uma “edição repaginada” de mim mesma.
Voltei...
E hoje não para comentar, mas para agradecer.
Obrigada pela presença constante e esperada em meu cantinho.
E dizer que é agradável estar aqui, passeando por suas letras.
Você é imprescindível, e sabe disso.
Muito mais que parceria virtual, é item que me cabe.
Então, com todo meu carinho, com toda veracidade, com toda vontade, desejo q esta semana que quase acaba tenha sido como voce planejou, e que a nova semana, que chega logo, seja só o começo
do melhor que você ainda irá viver..

Glória