terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sofrer e amar


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Poesia, afinal o que será?
Responde-me se és capaz
Eu não sei explicar o significado
Sinto-a, vivo-a, mas desconheço onde está
Acaso será verdadeira ou fugaz?
É real, pois afirmar o contrário seria pecado
Através dela transmito-te o que penso
Dirá que sofro profundamente
Sim, este pobre coração angustia-se
Range de dor em ver-me submerso
Abate-se, esbugalha-se e fica inerte
Mas ao receber o teu sorriso, esvai-se
Dirá ainda pausadamente
Choro por te ver assim
Esse sorriso é vago e sem brilho
A tua indecisão revela ausência de mim
Até quando minha flor de lis terei um caminho sem trilho?
Continuo só e triste, mas confio em Deus e em ti serenamente
Poesia encerra alegria e tristezas
Quantas vezes verdades duras e amargas
Exprime a dor, amor, esperança e desejo
De tudo aqui encontras, assim prevejo
Repara no meu coração cheio de promessas
Reflecte, vê e dá-me tuas venturas
Poesia é imaginar-te qual borboleta voando
Pousando aqui e além, mas continuando a esvoaçar
Detém-te e escuta os lamentos meus
Este coração sente-se alvoraçar
Vem e dá-lhe o teu amor infindo
Então voaremos os dois para junto de Deus

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Esta poesia fui buscá-la ao meu baú de recordações. Floresceu no ano de 1965