segunda-feira, 27 de outubro de 2008

MULHER




Mulher, simplesmente mulher
Deus te criou diferente do homem
Ele te ama na profundeza do seu ser
Tu o completas e amas também
Luís de Camões te cantou
Teu amor descreveu e louvou

Mulher que do nada foste ser
No teu regaço aconchegaste o amor
Choras à noite e ao amanhecer
Ris sem qualquer temor
Abraças a vida que recebeste
Irradias raios de luz celeste

Mulher de beleza imortal
Com alma que resplandece em teu corpo
Teu ser dá vidas à vida total
Embalas um nada morto
Sofres amargamente do desconforto
De uma vida tornada deserto

Mulher que de feminino tens tudo
Sentimentos mil albergas
Lutas com espadas de veludo
Não feres, mas tapas chagas
Abres com ternura corações alheios
Desabrochas todos os anseios

Mulher de odores e fragrâncias incolores
Perfumas as pedras do caminho
Soltas brados de dores
Quando teu pé pisa cada espinho
Espinho de uma rosa que murchou
E de uma vida que se finou

Mulher que amas sem pensar
Acolhes sem nada pedir
Abraças teus filhos a chorar
Morres ao vê-los partir
Recebes rosas em preito de homenagem
Recolhes sempre a sua mensagem

Mulher que do amor fazes pão
Com água matas a sede alheia
Mulher que nunca aceitas um não
De quem teu coração incendeia
Da luta do porvir és semente
Serás mulher, mas mulher para sempre