quinta-feira, 22 de março de 2012

Ode à poesia


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Poesia que emanas de frases talhadas
Tal como o artista esculpe a peça
Apesar de elas definirem o pensamento
Com letras pacientemente trabalhadas
Constróis sonhos sem que nada te impeça
Envoltos em rosas que atiras ao vento

Teus versos embalam os pequeninos
Criam ânsias em ventres maternos
Tanto espalhas esperanças e alegrias
Como a nostalgia do tocar dos sinos
Em momentos que parecem eternos
Mas escondem sentimentos que esfrias

De mil cores pintas o teu manto
Para exprimir o desejo de acolhimento
Teces rimas em passadeira vermelha
Para atrair com doce encanto
Aqueles a quem serves de alimento
E do caminho fazes uma centelha

Teu nome feminino é dom divino
Tens colo de mulher bela e madura
Por isso és uma intensa tentação
Que faz do homem um ser pequenino
Dos seus amores uma armadura
Da sua vida uma melodiosa canção

Quis outrora ser poeta do amor
Mas senti que tal não era meu destino
A poesia é tão bela que não pode ser restrita
É um mundo infindo para o autor
Para quem sente um coração de menino
E quer ser instrumento de paz e não de desdita

A poesia é algo que fica para além da morte
O poeta é humano e sempre inacabado
Feliz daquele que fez da vida um verso
Que viveu em pleno o que recebeu em sorte
Que amou sentindo-se também amado
E que em Deus abraçou todos os seres do Universo

Nota: É a minha homenagem à poesia neste dia que lhe é dedicado em Portugal.