quinta-feira, 23 de julho de 2009

Princípio e fim



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O fim do ser humano
Começa no início da Vida
Tudo tem um princípio
Obedece sempre a um plano
Tal como uma avenida comprida
Mesmo que nos conduza ao precipício


Uma Vida que para uns tem sentido
Para outros não passa de tempo perdido
Todos a vivem ou deixam passar
Quantos sem a terem vivido
Choram e renovam o pedido
Para não arcar com o seu pesar


A vida tem princípio e fim
É a única certeza indesmentível
Quando eu era jovem já sonhava ser homem
Mas não passava de um garoto a pensar assim
Quando chegou essa idade temível
Pensei: quero que como tal me tomem


Como nos enganamos sem saber
Tanto no pensar como no viver
Percorri tantos anos de ilusões latentes
Sentia o vigor e a alma do querer
Tantas vezes não me soube conter
E aceitar a luta da vida como os valentes


Agora que me dirijo para o fim do caminho
Relembro o tempo intensamente vivido
Não há travessas, becos ou curvas
Que me impeçam de seguir certinho
Sempre num único sentido
Navegando por águas límpidas e nunca turvas


Este espaço de tempo a que damos Vida
É longo para quem não o sabe viver
E curto para os que o conseguem gozar
Uma coisa é certa e compreendida
Não sabemos como sobreviver
Para além deste terreno lugar

terça-feira, 14 de julho de 2009

Deixem-me Viver...



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Não me digam por onde ir
Eu quero seguir o meu caminho
Viver a minha Vida
Pouco me importa o tempo
Só insisto em viver
Não me incomoda o que digam
Que gostem ou critiquem, é-me indiferente
Tracei os meus objectivos com precisão
Quero concretizá-los no tempo
Apesar de não saber se o terei
Quando nasci desconhecia o que queria
Mas também não sabia o que a Vida me daria
Agora sinto-me maduro, mas cansado
Tenho ideias, tracei planos, construi sonhos
Apesar dos inúmeros planos que tracei
Muitos sonhos esboroaram como castelos na areia
Mas nada disso me impede de viver
De lutar por um ideal que em mim albergo
Que me consome de noite e de dia
Que me há-de debilitar e talvez matar
Mas não quero que me digam qual o caminho
Mesmo que de pétalas pejado
Prefiro mil vezes seguir descalço e com cajado
Sentir os pés a sangrar e ter que me arrastar
Sofrer a fome atroz de um despojado
Nada disso impedirá que eu viva a Vida
Aquela Vida que sentiu um grande amor
Que o recebeu com alegria e em festa
Mas que quase agonizou quando o perdeu
Deixem-me viver essa Vida
Que de mim se apartou sem eu saber como
Não sinto saudade por recordá-lo
Apenas quero voltar a vivê-lo


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Postagem integrada na Tertúlia Virtual. Sendo a última tertúlia, dedico este poema a todos os habituais
participantes. A rosa é a simbologia do que mais puro e sublime existe à face da Terra: o amor. Que cada um de vós alcance o seu, são as minhas premissas.

domingo, 5 de julho de 2009

Saber ser


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Acompanho-te desde que nasceste
Ainda mal exprimias os sons
Já sentia que eras um ser maravilhoso
Tuas graças eram como estrela celeste
Equivaliam a movimentos e tons
De um corpo que seria mavioso
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Cedo cresceste e já gatinhavas
Percorrias espaços sem fim
Teus horizontes eram finitos
A qualquer cadeira trepavas
Sorrias candidamente ou fazias chinfrim
E já fugias aos saltitos
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A escola foi o passo seguinte
Tudo em ti irradiava alegria contagiante
Rapidamente aprendeste o essencial
Os anos passaram sem qualquer acinte
Conseguiste algo que era importante
Terminar a aprendizagem inicial
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Na Universidade consolidas-te a juventude
O saber era o teu objectivo
Foram anos seguidos de afazeres
Nem tudo foi aproveitado com virtude
Mas aprendeste a viver no colectivo
Para além de inúmeros saberes
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Seguir uma carreira foi caminho tormentoso
Lutaste muito, a audácia foi teu lema
Cada dia que passa estás mais madura
Agora sabes quão útil e portentoso
É ter o valor e ousadia plena
Para viver uma vida com compostura
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A luta por uma vida melhor é sadia
Nunca percas a sua rota
Agora que conheces o valor da vida
Que procuras o amor no dia a dia
Não troques por uma nota
O sabor amoroso de uma vida