quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ode ao infortunado








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És um ser humano como todos nós
Mesmo que não tenhas casa
Que mores debaixo da ponte
Que passes as noites ao frio
Serás sempre criatura divina
É assim que te vejo amigo


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És filho de uma mãe
Ela te gerou como qualquer outro
Te amou quanto ela
Te beijou e afagou de mansinho
Se pouco ou nada tens
Só o deves ao infortúnio do destino


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Quantos passam por ti
Naquela rua mal iluminada
Olham para a caixa de cartão
Nem sabem que estás dentro
Que foges à angustia de ser visto
Por te sentires à margem da vida

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De corpo magro e escanzelado
Arrastas-te pela calçada
Estendes uma mão suja
Pedes tristemente baixinho
Tens fome e talvez sede
Anseias ainda mais por um carinho


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Como a sociedade é ingrata
Possivelmente perdeste o emprego
A família a quem amavas
Não sabe que existes
Que passas o tempo a chorar
Que apenas lembras coisas tristes


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Quem me dera poder compreender-te
Clamar que tudo isto é injusto
Mas de que me vale bradar alto
Se aqueles que deviam proteger-te
Não vêm, não ouvem, não sentem
Passam indiferentes a tudo!

5 comentários:

Meus Riscos disse...

Poeta
Obrigada por sua visita e apareça sempre, seus textos são deliciosos.
Graciela

Val disse...

Poesias são raios de sol que aquecem o coração da gente.
Obrigada pela visita.
Valéria

SAM disse...

Amigo,

enternecedor...Queria eu abraçar o poeta e o infortunado: TODOS!

Parabéns pela sensibilidade.

Beijo

Isabel José António disse...

Caro Amigo Eduardo,

Belo e sensível poema. Parabéns.

Talvez que a parte que possamos fazer é divulgando e insistindo com a fraternidade em acção (um sorriso, um gesto, um alerta, uma chamada de atenção à maneira cruel como tratamos (ou não tratamos)os outros.

E tudo isso é fruto de só mantermos em funcionamento o eu inferior que é comandado pelo hemisfério esquerdo dos nossos cérebros. Se dessemos alguma importância ao hemisfério direito que comanda o Eu Superior, que é compassivo, amoroso e integra tudo no TODO, já estas situações não aconteceriam ...assim.

Parabéns, mais uma vez.

Um abraço

José António

Maura Milcharek disse...

Olá amigo!
Obrigada pela visita e estás convidado a voltar sempre!
Voltarei também a sua página e sinto sua poesia um tanto parecida com as minhas...Sentimos e conseguimos descrever os sentimntos que nos afloram a alma!
Parabéns!
Abraços da Maura***