sábado, 7 de fevereiro de 2009

Amor não esperes








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Amor, se me amas, não esperes
Parti sem nada e sem destino
Na praia verás outros seres
Não eu, que cruel desatino

Amei-te uma vida inteira
Não sabia porque te amava
Agora que fiz tamanha asneira
Só me resta chorar, porque a água lava

Outrora só lamentava
Não poder te amar mais
Não compreendi quando escutava
Teus profundos e infinitos ais

Amor não chores, eu não mereço
Guarda minhas juras antigas
Esconde aquele meu lenço
Que recorda as nossas cantigas

Em segredo eu embarquei
Não podia dizer a ninguém
Tive medo e receei
Que quisesses vir também

Quero recordar-te sentada
Teu olhar mirando o horizonte
Ouvir aquela brisa zangada
Que eu sentia e te batia na fronte

Porque te amava, parti
Não podia dar-te mais
Sabe Deus o que senti
Não esquecerei jamais

Guarda no coração a vida passada
Não olvidarei tamanha graça
Ficarei acorrentado na calçada
Se um dia passares na praça

Mas não me procures em tais lugares
Meu barco não atracará
Prefiro sofrer a dureza dos mares
Porque assim ninguém saberá

Se um dia sofrer forte tempestade
Não terei medo de naufragar
Sei que vou sentir saudade
Morrerei a imaginar teu rosto afagar

3 comentários:

Luna disse...

Porque o amor é assim
dar sem recebrer.
bom domongo

-›¦‹-Sombras-›¦‹- disse...

Lindas palavras, maravilhoso poema!
Amigo, desculpa minha ausência, mas a vida real não me tem dado muito espaço para o virtual... Mas sempre que puder, vou passando para te ler e te desejar tudo de bom. Beijinho, mil

Anónimo disse...

Caro Eduardo,

agradeço sua coragem de colocar aqui, no seu sidebar, a caricatura do VÍTIMA DA QUINTA! Estar aqui me honra muito!