sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Fome


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Filho de mãe preta chora para mamar
Mas mulher não tem leite, peito está seco
Não tem arroz nem mandioca para comer
Mãe geme entre dentes e desata a chorar
Seu pranto faz um infindável eco
Levado pelo vento ao amanhecer


Imagem atroz de quem tem fome
Na África, Ásia ou Oceânia
Na grandiosa América ou Europa unida
A escassez de recursos não tem nome
Nem Continente algum foge à razia
De seres a viver à míngua, sem comida


Mãe Natureza que foste criada em harmonia
Que tudo produzes em grande abundância
Quem são os criminosos que te atraiçoam
Que desbaratam a tua sábia bonomia
E permitem tão cruel e vil ganância
Deixando-os com fome e disso te amaldiçoam


A Terra tudo tem que oferece à Humanidade
Ai de vós governantes do Mundo
Que oprimis os povos que dominais
Que não organizais com razoabilidade
A divisão de bens sem fundo
E enriqueceis com os demais


Todo o ser tem direito a viver
Ainda antes de nascer e depois de morrer
São mistérios da própria Vida
Nascemos isolados e vivemos sem o “ter”
Ter de possuir a que teremos de recorrer
Só assim a Vida poderá ser vivida


No nascer somos todos iguais
No viver podemos ser fartos ou carentes
A Vida é nossa, mas não nos pertence
Há homens de poder que tornam fatais
As vidas de outros seres mais prementes
Esquecendo que a imortalidade é que vence

5 comentários:

chica disse...

Linda poesia de um tema forte e profundo.
abraços,chica

Andreia Alves disse...

Eduardo querido teu poema traduz muito bem a realidade vivida por muitos neste mundo, as vezes chego a dizer mundo cão. Pois existem milhares de pessoas que são tratadas como um cão abandonado sem eira nem beira.
Parabéns pelo belo e triste poema...

© Cristina de Araújo disse...

Agradeço a tua visita ao meu outro lado do mundo a Poesia...

Um lado descoberto depois de um período menos bom...

Um dia quando eu falar Poesia,
ai sim tudo vai sorrir em mim...
por enquanto ainda estou aprender..



Muito obrigado pela linda visita,
jinhos
T!na

Inveja boa disse...

NÃO HÁ NADA QUE JUSTIFIQUE A FOME, ELA É IGUAL PARA TODOS... QUE PENA... OS CÉREBROS É QUE SÃO DIFERENTES.

REJANE TACH

afonso rocha disse...

Caro Eduardo

Pesquisei poemas sobre a fome no google...e vim dar ao seu blogue.
Gostei imenso do poema!!!!
Coloquei-o com o seu nome...hoje...na minha página do facebook.

http://www.facebook.com/home.php#!/afonsor1

Abração

afonso rocha